sábado, 8 de junho de 2013

JOSÉ CARLOS LIBÂNEO-Concepções de Escola, Ensino e Aprendizagem

Concepções de Escola, Ensino e Aprendizagem
Autor: José Carlos Libâneo
Livro: Democratização da escola pública – A pedagogia crítico dos conteúdos.
Para Libâneo a escola pública não apresenta condições mínimas para seu funcionamento. Não oferece condições de trabalho para o professor, nem condições de aprendizagem para o aluno. Essa cobrança por uma escola pública de qualidade vem se dando em todas as épocas. O autor chama a atenção para quatro fases de lutas pela escola pública de qualidade que foram entre católicos e liberais-escola novistas, o conflito entre  escola pública e escola particular em 1956  a 1964,o surgimento dos movimentos de educação popular e o que estamos vivendo que é caracterizado pela mobilização da sociedade em torno da universalização e democratização da escola.
Para o autor há um desinteresse do governo em revitalizar a escola pública.
“Não está nos planos dos governos a elevação da qualidade da escola, porque não interessa à classe dominante a formação cultural verdadeira que libertaria os indivíduos e possibilitaria a tomada de consciência dos mecanismos de dominação capitalista.”(LIBÂNEO, 2006, p. 80).



Libâneo busca encontrar uma escola adequada à realidade do Brasil, de crianças de classes populares, pois os modelos utilizados em nosso país são baseados na cultura de outros povos, geralmente, mais desenvolvidos social e economicamente, diferente do nosso  um país periférico e com políticas educacionais opostas.
O que foi possível observar pra que se atinja o objetivo da democratização da escola é necessário ter oportunidades educacionais, difundir os conhecimentos, ter uma visão critica destes conhecimentos e que atinja as camadas populares e inserir o estudante por mudanças da sociedade.
 
Ele defende uma escola que com seus métodos alcance as classes menos favorecidas, que prepare o aluno para o mundo. Uma escola acessível a todos e que garanta um bom ensino. Que leve em conta as transformações do mundo contemporâneo. Um ensino adequado a realidade do aluno da classe popular. Segundo Libâneo (2006, p. 12):
Democratizar o ensino é ajudar os alunos a se expressarem bem, a se comunicarem de diversas formas, a desenvolverem o gosto pelo estudo, a dominarem o saber escolar; é ajuda-los na formação de sua personalidade social, na sua organização enquanto coletividade.
Mas do que apenas se concentrar nas fases do desenvolvimento estabelecidas pelos teóricos é necessário levar em conta os antecedentes sociais da criança e o que o professor encontrará na sala de aula.
Em sua obra, o autor faz uma explanação das tendências pedagógicas liberais e progressistas. Conforme Libâneo( 2006, p. 20,21)
 
Defende a tendência da pedagogia critico-social dos conteúdos.
Segundo Libâneo (2006, p. 12).
Trata-se de uma pedagogia que leva em conta os determinantes sociais e que propicia a crítica dos mecanismos e imposições resultantes da organização da sociedade em classes sociais antagônicas; ao mesmo tempo, é uma pedagogia que vai buscar, no interior da escola, respostas pedagógico- didáticas que permitem o exercício dessa crítica, a partir das próprias determinações sociais das situações pedagógicas concretas.
O ensino é uma troca. Deve-se levar em conta a experiência do aluno e o professor deve relacionar esse conhecimento prévio com sua prática docente aplicando os conteúdos propostos.
No processo de aprendizagem, o professor é o mediador. Mas o aluno participa nesse processo ao passo que o professor explora suas competências. Segundo Libâneo( 2006, p. 42):
Aprender dentro da visão da pedagogia dos conteúdos, é desenvolver a capacidade de processar informações e lidar com os estímulos do ambiente, organizando os dados disponíveis da experiência. Em consequência, admite-se o principio da aprendizagem significativa que supõe, como passo inicial, verificar aquilo que o aluno já sabe. O professor precisa saber(compreender) o que os alunos dizem ou fazem, o aluno precisa saber compreender o que o professor procura dizer-lhes.

Para que o processo de aprendizagem ocorra, Libâneo atenta para a qualificação do professor quando diz:
“A condição de êxito do trabalho escolar supõe um professor com uma formação científica de alto nível, formação que inclua, também, uma clara compreensão dos mecanismos do insucesso escolar.” (LIBÂNEO, 2006 p. 107).
O professor precisa conhecer estratégias de ensino.
“O professor precisa, portanto, de uma teoria que explicite a direção pretendida para a tarefa educativa de humanização do homem, extraída de uma concepção de educação enquanto prática social transformadora.”(LIBÂNEO, 2006. P. 78).
Libâneo chama a atenção para o descaso do governo em relação a escola pública, porém chama a atenção para a posição que os educadores adotam, o que influencia o processo de ensino aprendizagem. De acordo com Libâneo (2006, p. 61,62) Se dividem em três grupos:
Os que continuam atuando dentro de pressupostos da pedagogia liberal, seja de tipo tradicional, seja de tipo renovado-tecnicista; os que continuam sustentando o discurso da escola reprodutora preferindo a denúncia política ao trabalho pedagógico na escola; os que vêm tentando uma atuação pedagógica crítica, por acreditar na possibilidade de explorar os espaços disponíveis pelas contradições da sociedade de classes.
 
Escola
Uma escola de qualidade e acessível a todos, principalmente das classes menos favorecidas.
Ensino
Despertar a consciência critica do aluno. Conteúdos voltados para sua realidade.
Aprendizagem
Professor mediador. Estar bem preparado para aplicar os métodos didáticos.


4 objetivos para a escola de hoje, segundo Libâneo:
1 –Preparar os alunos para o trabalho e também para as formas alternativas do trabalho;
2 – Proporcionar meios de desenvolvimento de capacidades cognitivas e operativas. Ajudar os alunos nas competências do pensar autônomo, crítico e criativo;
3 – Formação para cidadania crítica e participativa;
4 – Formação ética;

Diante da leitura da obra e das considerações aqui feitas, fica evidente qual a postura que o educador deve adotar. Embora ele não consiga mudar todo o sistema, ele pode contribuir, por não reproduzir o que já está pronto, mas buscar o novo, o diferente. O que dê resultados. Ser pesquisador, questionador, aplicar de forma consciente as teorias e levar em conta a bagagem dos alunos. Que exista uma troca e que contribua para o crescimento de um cidadão crítico.

Democratização da escola pública, na visão de Libâneo, é participar da formação do aluno do ensino público para que este seja capaz saber se expressar; capaz de se comunicar de diversas formas, de se desenvolver o tomar gosto pelo estudo, de dominar o saber escolar; é ajudá-lo na formação de sua personalidade social, percebendo-se dentro da organização enquanto coletividade. Trata-se de proporcionar-lhe o saber e o saber-fazer críticos como pré-condição para sua participação em outras instâncias na vida social, inclusive para melhoria de suas condições de vida.





Contudo de forma mais abrangente, ou seja, não focando apenas a escola pública Libâneo afirma que a escola na atualidade e do futuro deve ensinar ao aluno a desenvolver as suas habilidades intelectuais. O professor deve ter domínio em seu conhecimento e ser um mediador, mas acima disso deve saber identificar  necessidades e dificuldades dos seus alunos, considerando suas características individuais, em seu conteúdo programático deve ser organizado com variedades trabalhando adversidades. Em fim a escola  do futuro deve ser aquela em que o professor saiba reconhecer e trabalhar com as diversidades de conhecimento, sabendo interagir com os alunos respeitando suas características sociais e culturais como pode perceber através do link a seguir:

http://www.youtube.com/watch?v=6kk__FXVwC0



Referências:
LIBÂNEO, José Carlos – Democratização da escola pública – a pedagogia crítico-social dos conteúdos, 2006, 21º edição.
NOGUEIRA, David – Perspectivas de uma pedagogia emancipadora face às transformações do mundo contemporâneo. Disponível em:
disponível em <http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef/article/view/8/2613> acesso em 03 junho 2013.


8 comentários:

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    1. Precisamos repensar as páticas












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    2. Precisamos repensar as páticas












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    3. Muito bom o conteúdo dessa discussão, porém há uma imensa dificuldade em o professor trabalhar com os alunos através da individualidade pois as salas de aula estão superlotadas.

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    4. Muito bom o conteúdo dessa discussão, porém há uma imensa dificuldade em o professor trabalhar com os alunos através da individualidade pois as salas de aula estão superlotadas.

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  2. Bem esclarecedor,me ajudou muito! obrigada

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